quarta-feira, 27 de junho de 2012

33.Jutsu no Gogen.

Jutsu
"Arte, técnica, habilidade, método, maneira, jeito etc."

Apesar de este ideograma ter uma forma mneumônica para fácil memorização que consiste da seguinte frase: "andar ao redor de uma árvore frutífera com uma certa técnica", isso seria decomposto da seguinte maneira:

行 Gyō - "ir", "mover", "andar".
木 Ki - "Árvore".

Eu não concordo com decomposição (apesar de ajudar na memorização), porque ela não leva em consideração a tradução literal dos componentes iniciais do ideograma.

Portanto, fui verificar a palavra JUTSU 術 no seu significado Chinês, ou seja, esta palavra é composta por dois ideogramas, cujo significado original era:

行 Gyō - "ir", "mover", "andar".
朮 Jutsu - "Característica especial", "método", "maneira", "técnica" etc. (E não meramente "uma árvore").

Como se pode ver, os ideogramas decompostos acima são bastante diferentes.
Assim, a tradução que mais se aproxima do significado do ideograma decomposto é:

"Mover-se obedecendo um determinado método ou característica especial."

O que concorda com a ideia que temos hoje em dia a respeito de "Arte", pois cada "artista" segue, direta ou indiretamente, um método, uma característica que o define.

terça-feira, 26 de junho de 2012

32. Fūrinkazan.


Fūrinkazan.
Lit. "Vento, Floresta, fogo e Montanha".


Fūrinkazan era o estandarte do Daimyō Takeda Shingen 武田信玄. 

É a forma abreviada e referência a duas passagens da obra "Sūnzĭ Bīng-fǎ"  孫子兵法 "A arte da guerra de  Sūnzĭ  (Sun Tzu)" que estão no capítulo 7: 

- Passagem 13: 故其疾如風,其徐如林  
"Seja rápido como o vento e compacto como a floresta".

- Passagem 14: 侵掠如火,不動如山 
"Em se tratando de incursão (em território inimigo) e ataque, seja como o fogo e inamovível como uma montanha".

No Japão passou a ser:

疾如風徐如林侵掠如火不動如山
"Mova-se tão veloz como o vento, permaneça em silêncio como uma floresta, ataque tão ferozmente como o fogo e permaneça imóvel (com uma defesa impenetrável) como uma montanha".

Expressão que, por sua vez, passou a ser resumida num Yoji-jukugo 四字熟語 (lexema composto por quatro ideogramas):

風林火山
"Vento, Floresta, Fogo e Montanha".

31. Hito kata san nen.

"Hito kata san nen" - Azato Ankō.
Lit. "Um kata, três anos." - Azato Ankō.
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*** Nada a comentar, pois a "interpretação" varia de pessoa para pessoa. (^_^) ***

segunda-feira, 25 de junho de 2012

30. Jūdō no Gogen.


Ontem o professor Tadeu Almeida perguntou-me por que eu não fazia a decomposição dos Kanji (?!). Na realidade, eu nunca tinha pensado nisto! Ou seja, identificar cada parte de um ideograma partindo dos seus radicais e componentes... Assim, aceitei a proposta para fazer a decomposição da palavra Jūdō  柔道.


De acordo com a figura acima, temos:

柔 JŪ - "Flexível", "Suave", "Brando" etc.. É composto por dois ideogramas:
HOKO 矛 - [parte superior do ideograma] "Machado(s) de pedra", "alabarda(s)".
KI 木 - [parte inferior do ideograma] "Árvore(s)".

"As árvores deixam-se ser trespassadas pelos machados não opondo resistência, sendo, portanto, flexíveis às forças sobre elas exercidas."

道 DŌ - "Via, Caminho". É composto por dois ideogramas:
KUBI 首 - [parte à direita do ideograma] "Pescoço", "pescoço e cabeça como um todo", "adiante (numa determinada direção)".
SHINNYŌ - [parte lateral esquerda e inferior do ideograma] "Ir a algum lugar", "mover-se" etc..

As raizes linguísticas etimológicas apontam para que o ideograma KUBI 首originalmente significasse "cabeça (de um grupo)", "liderar", "estar à frente (comando)", "tender numa certa direção", "guia". Assim, quando colocado sobre o radical de "Estrada" passou a ter o sentido de:

 "Seguir um caminho de forma consciente, escolher uma via de forma resoluta".

Portanto, eu acho que podemos ter a "ideia" de que a tradução que mais se aproxima do sentido original para a palavra Jūdō talvez seja:

"Seguir adiante de forma consciente e resoluta, sendo flexível (adaptável) às pressões (forças) externas." 

Mas isto é a minha interpretação pessoal da decomposição dos Kanji (ideogramas) (^_^)... algo pouco comum de ser feito.

domingo, 24 de junho de 2012

29.Zazen /Mokusō.


Zazen / Mokusō
["Meditação".]

* ATENÇÃO: Assunto destinado aos instrutores de Artes Marciais Japonesas apenas! *

Um grande número de instrutores tem advogado a teoria de que "a prática é mais importante do que a teoria". Portanto, hoje eu vou demonstrar o porquê de esta "teoria" estar absurdamente errada.
Como podem ver acima, existem duas expressões que eu traduzi como "Meditação" (coloquei esta palavra entre colchetes porque não é a tradução literal) e, na vida real, é assim que ambas expressões são vistas pela esmagadora maioria de instrutores de Artes Marciais japonesas.
São vistas da mesma forma porque há uma deficiência de "teoria" (elemento crucial para a fundamentação da "prática"), porque, na verdade, estas expressões são completamente diferentes!
Para comprovar esta diferença, vamos "entender" cada expressão (porque falar sem fundamentar é especular) e depois vamos tecer os comentários e explicações em pormenores.

1. Zazen. 
Esta expressão é composta por dois ideogramas:
Za - "Sentado(a)", "sentar" etc..
Zen - "Meditação Budista".
Assim sendo, Zazen literalmente significa "Meditação Budista sentada".
Reparem na palavra "BUDISTA"!

2. Mokusō.
Esta expressão também é composta por dois ideogramas:
Moku - "Ficar em silêncio", "parar de falar", "silêncio" etc..
Sō - "Pensamento", "ideia", "conceito", etc..
Assim sendo, Mokusō literalmente significa "Pensar em silêncio".

Como já devem ter notado, há uma grande diferença entre "Meditação Budista Sentada" e "Pensar em silêncio"... Enquanto que a primeira encerra a componente RELIGIOSA e implica habilitações religiosas por parte de quem a orienta, a segunda pode ser feita por qualquer pessoa (que é o caso da meditação feita nas Artes Marciais ensinadas no ocidente).

"Mas o assunto acaba aqui?"

Longe disso!

A falta de "teoria" leva um grande número de instrutores não só a confundir "prática religiosa" com "meditação silenciosa cotidiana" como - para piorar a situação - permite-lhes adicionar ainda mais conceitos religiosos sobre os quais não têm qualquer conhecimento... 
O que é o caso - infelizmente - das expressões a seguir:

Mudrā / Inzō

Um grande número de instrutores ao fazer Mokusō adiciona Mudrā à prática da meditação silenciosa, exagerando de forma rudimentar o erro da prática religiosa no contexto desportivo.

"Mas o que é Mudrā?"

Existem vários conceitos documentados que abrangem desde o "conhecimento superficial" até às escrituras sagradas "excessivamente profundas".

O meu entendimento sobre este assunto é mais pragmático (^_^), portanto Mudrā é uma palavra originária do Sânscrito [Índia] (no Japão é conhecida por Inzō) e - para mim - é "uma simbologia esotérica que, através de iconografia gestual, tende a colocar o praticante num determinado estado mental"

Naturalmente, não é "só isso"! Mas para a prática marcial que fazemos todos os dias é um conceito que deveria ser levado em consideração!

Ao assumir a postura "Dhyani Mudrā" - mostrada na figura acima - o instrutor tenta "parecer mais «zen» do que os demais mortais e incita os seus alunos a  atingirem um suposto «Nirvana»" sem que estes mesmos instrutores tenham realmente qualquer conhecimento efetivo sobre o que isso se refere (...porque SE tivessem mesmo a mínima noção do que essa prática implica, jamais fariam tal coisa numa aula de Artes Marciais onde o assunto "religião" não deve ser abordado).

"Mas o meu mestre faz assim!"

Se o seu mestre faz assim, então apenas duas hipóteses são possíveis:
1. Há um ensino religioso efetivo - ministrado por um mestre com "habilitações religiosas"(1) comprovadas - associado à prática marcial. 
2. O referido mestre também não tem conhecimento sobre o que a Mudrā se refere.

De qualquer forma, voltando ao centro da questão, é este conhecimento "teórico" que valida a nossa "prática". "Não misturar alhos com bugalhos" é natural quando realmente "sabemos" o que fazemos. E isso só vem com o estudo, com a pesquisa e, paralelamente, com uma prática continuada.

Portanto, se você é um daqueles instrutores que na instrução de Artes Marciais japonesas adiciona "componentes religiosas", talvez fosse uma boa ideia repensar o que está verdadeiramente a ensinar e se tem honestamente habilitações RELIGIOSAS para tal prática.

Além disso tudo, existe ainda a questão do "correto Mokusō"...(^_^)
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Nota:
(1) Ao falar de "habilitações religiosas" não me refiro às "habilitações Marciais".

sábado, 23 de junho de 2012

28. In-Yō.

Japonês: In-Yō.
Chinês: Yīn-Yáng.
"Sombra e Luz solar."
Taoísmo.
Não vou falar sobre este conceito porque existem pessoas com muito mais habilitações do que eu para o fazer. (^_^)

27.Kyō.


Kyō
"Ensino, ensinamento, princípio, doutrina, fé etc.."

Os dois "Gokyō" mais conhecidos são: o Gokyō do Jūdō e o Gokyō do Aikidō.
Enquanto que o Jūdō incorpora num único Kyō ("ensino / ensinamento") um grupo de oito técnicas, os Kyō ("princípios") do Aikidō referem-se à técnicas únicas.
………………………………………………………………………………
●柔道の五教 Jūdō no Gokyō - "Os cinco ensinamentos do Jūdō".
………………………………………………………………………………

第一教 Dai-ikkyō - "1º Ensino / Ensinamento".

出足払………… De-ashi-barai - "Varrer o pé que sai".
膝車…………… Hiza-guruma - "Rotação pelo joelho".
支釣り込み足… Sasae-tsuri-komi-ashi - "Bloquear o pé, erguer e puxar" [1]
浮き腰………… Uki-goshi - "Anca / quadril flutuante".
大外刈り……… Ō-soto-gari - "Grande ceifa externa".
大腰…………… Ō-goshi - "Grande anca / quadril".
大内刈り……… Ō-uchi-gari - "Grande ceifa interna".
背負い投げ…… Seoi-nage - "Projeção pelas costas". [2]

第二教 Dai-nikyō - "2º Ensino / Ensinamento".

小外刈り……… Ko-soto-gari - "Pequena ceifa externa".
小内刈り……… Ko-uchi-gari - "Pequena ceifa interna".
腰車…………… Koshi-guruma - "Rotação da anca / quadril".
釣り込み腰…… Tsuri-komi-goshi - "Levantar e puxar a anca / o quadril". [3]
送り足払い…… Okuri-ashi-barai - "Varrer o pé (que está) fora da posição".
体落し………… Tai-otoshi - "Queda do corpo".
払い腰………… Harai-goshi - "Varrer a anca / o quadril".
内股…………… Uchi-mata - "Interior da coxa".

第三教 Dai-sankyō - "3º Ensino / Ensinamento".

小外掛………… Ko-soto-gake - "Pequena suspensão exterior". [4]
釣り腰………… Tsuri-goshi - "Pescar a anca / o quadril". [5]
横落…………… Yoko-otoshi - "Queda lateral".
脚車…………… Ashi-guruma - "Rotação pela perna".
跳ね腰………… Hane-goshi - "Quadril como uma mola". [6]
払い釣り込み足 Harai-tsuri-komi-ashi - "Varrer o pé avançado". [7]
巴投げ………… Tomoe-nage - "Projeção circular".
肩車…………… Kata-guruma - "Rotação pelos ombros".

第四教 Dai-yonkyō - "4º Ensino / Ensinamento".

隅返し………… Sumi-gaeshi - "Retorno para o canto".
谷落…………… Tani-otoshi - "Queda no vale".
跳ね巻き込み… Hane-maki-komi - "Entrar enrolando em salto".
掬い投げ……… Sukui-nage - "Projeção em forma de concha".
移腰…………… Utsuri-goshi - "Mudança de anca / quadril".
大車…………… Ō-guruma - "Grande rotação".
外巻き込み…… Soto-maki-komi - "Entrar enrolando por fora".
浮き落し……… Uki-otoshi - "Queda flutuante".

第五教 Dai-gokyō - "5º Ensino / Ensinamento".

大外車………… Ō-soto-guruma - "Grande rotação externa".
浮き技………… Uki-waza - "Técnica flutuante".
横分…………… Yoko-wakare - "Separação lateral".
横車…………… Yoko-guruma - "Rotação lateral".
後腰…………… Ushiro-goshi - "Por trás da anca / do quadril".
裏投…………… Ura-nage - "Projeção reversa".
隅み落し……… Sumi-otoshi - "Queda num canto".
横掛け………… Yoko-gake - "Elevação lateral". [4]

Notas:
[1] A tradução literal é: "Bloquear o pé que avança e (fazer um movimento de) pescar".
[2] A tradução literal é: "Projeção transportando pelas / nas costas".
[3] A tradução literal é: "Pescar a anca / o quadril".
[4] Kake 掛 dá a ideia de "suspender", "erguer", "pendurar", etc.
[5] Esta técnica está dividida em duas formas: Ō-tsuri-goshi e Ko-tsuri-goshi.
[6] Hane 跳ね dá a ideia de "saltar", "pular", "saltitar" etc. como uma mola.
[7] A tradução literal é: "Varrer e pescar o pé avançado".
[8] Palavras Japonesas não têm plural, portanto, NUNCA tem plural terminado em "s"... daí "os Kyō" não ser um erro neste "post" (^_^).
………………………………………………………………………………
●合氣道の五教…… Aikidō no Gokyō - "Os cinco princípios do Aikidō".
………………………………………………………………………………
第一教 腕抑え…… Dai-ikkyō: Ude-osae - "!º Princípio: Controlar do braço".
第二教 小手回し… Dai-nikyō: Kote-mawashi - "2º Princípio: Girar o antebraço".
第三教 小手捻り… Dai-sankyō: Kote-hineri - "3º Princípio: Torcer o antebraço".
第四教 手首抑え… Dai-yonkyō: Tekubi-osae - "4º Princípio: Controlar o pulso".
第五教 腕伸ばし… Dai-gokyō: Ude-nobashi - "5º Princípio: Estender o braço".

sexta-feira, 22 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

22. Ukemi.


"Ukemi."
["Educativos de quedas."]

Eis uma expressão bastante curiosa e que até hoje causa alguma confusão no meio marcial... E esta confusão se apresenta em maior o menor grau dependendo da Arte que se pratica!
Como podem ter visto, eu coloquei a tradução de Ukemi entre colchetes porque ela não é a tradução literal da expressão. O termo japonês para Ukemi é composto por dois ideogramas: Uke e Mi, onde:

Uke - Receber, levar com, apanhar etc..
Mi - Corpo.

Agora vem a questão das Artes:

De acordo com um grande número de publicações de Jūdō, Ukemi seria traduzido como "Receber com o corpo" - o que de fato "é" a tradução literal... Contudo, sempre ficavam algumas perguntas no ar:
"Mas que raio isso significa? Receber o quê? O ataque do Tori, a técnica ou a queda?" 
Eu próprio não compreendia esta tradução e a sua relação com as quedas!
Outros instrutores, cientes desta tradução um tanto "vaga", passaram a chamar aos Ukemi por "Educativos de quedas". O que também faz todo o sentido e está correto, porque é exatamente isto que se faz na prática (em detrimento da tradução literal)!
Tanto uma definição teórica ("Receber com o corpo") como a outra prática ("Educativos de quedas / Quedas / Cair") - no meu caso - nunca conseguiram explicar «exatamente» o que era o Ukemi.

É aqui que entra a explicação do KARATE... uma definição que é - de longe - a melhor definição para ser usada no Jūdō!
No Karate também usam a palava Uke, mas, neste caso, referem-se às "DEFESAS" e nunca usam esta palavra como "recepção" ou "receber" (que seria a tradução literal)! Desta forma, usando a palavra Uke como "Defesa" ou "Defender" e acrescentando a palavra Mi  ("corpo") obtem-se Ukemi "Defender o corpo" (no caso do Jūdō, através de exercícios de "rolamentos").
O que concorda com a teoria (tradução) e com a prática (de educativos de quedas) simultaneamente, sendo ambas plenamente fundamentadas.

21. Zanshin.


"Zanshin."
"Espírito remanescente."

Sem entrar por divagações esotéricas, Zanshin é exatamente o que a tradução indica: "espírito remanescente", isto é, "a expectativa de um acontecimento imediatamente a seguir".
Zanshin é a atenção remanescente de um procedimento efetuado anteriormente, isto é, o Zanshin tem sempre "algo" que o evoca ou provoca, tem sempre uma "causa", daí ser sempre uma "consequência", por exemplos posso citar:
- Em Kyūdō, quando disparamos a flecha, do momento que a mesma deixa o arco, descreve a sua trajetória, até atingir o seu alvo, mantemos Zanshin - a atenção, o espírito remanescente causada pelo ato de disparar a flecha.
- Quando executamos uma técnica contra um adversário quer em Jūdō, Aikidō, Kendō, Iaidō, Kobudō, Karatedō etc. ficamos atentos para ver ser não vai haver contra ataque, mantemos a atenção, o espírito remanescente para ver se a técnica foi efetiva... 
Este estado de Zanshin foi causado pela execução da técnica.
- Quando iniciamos um Kata de Karate, ao ouvir a voz de comando para "iniciar", é este o espírito que se espera de qualquer bom praticante: atenção correta no momento correto.
O Zanshin, neste caso, foi iniciado pelo começo da execução do Kata.
- Ao terminar o Kata, também é este o espírito que se espera do bom praticante, pois Yame ("Parar") não significa Yasume ("Descansar")... Yame implica Zanshin enquanto que Yasume indica o seu término.

Daí ser chamado de "espírito remanescente", porque deve perdurar por mais algum tempo a fim de verificar o resultado da ação iniciada imediatamente antes... naturalmente, com todas as implicações que tal atenção mental exige.

20. Kami / Yu.


"Kami"
"Deus(es)"

"Yu"
"Cura"
(A pedido de Rafhael Sampaio.)
(^_^)

19. Jūdō no Kenkyū.


"Jūdō no Kenkyū."
"Pesquisa de Jūdō."
(A pedido de Rafhael Sampaio.)
(^_^)

18. Kunshi no Ken.

"Kunshi no Ken".
"O Punho do Homem de Virtudes".
Lema do Shitō-Ryū Karatedō.

Se traduzido literalmente "Kunshi no Ken" realmente significa "O Punho do Homem de Virtudes", mas a nível de ensinamento desta escola, a tradução passa a ser um tanto mais profunda na medida em que determina os valores que os seus praticantes devem seguir, orientados por virtudes, tornando-os pessoas de respeito.
O "Punho" - que originalmente indicava "técnica de combate" - passa a ser compreendido como "o modo de vida", a "via" do praticante, do discípulo que se guia por princípios morais e éticos.
O entendimento deste lema por parte dos praticantes deste estilo de Karate deverá estar para além das quatro paredes do Dōjō...

17. Tōkon.


"Tōkon"
"Espírito combativo / Espírito de combate / Vontade de combater"

16. Jita Kyōei.

"Jita Kyōei."
"Prosperidade mútua."
Lema do Jūdō.

Na realidade, esta frase é uma abreviatura de uma expressão um pouco mais ampla.
A expressão original era: "Jita Yūwa Kyōei" 自他雄和共栄 "Prosperidade e harmonia mútuas".

15. Seiryoku Zen'yō.

"Seiryoku Zen'yō."
"A utilização optimal da força física."

Lema do Jūdō.

Na realidade, esta frase é uma abreviatura de uma expressão um pouco mais ampla. 
A expressão original era: "Seiryoku Saizen Katsuyō" 精力最善活用 "O Melhor uso prático da força física."

14. Bushi wa kuwazu mo...


"Bushi wa kuwazu mo takayōji."
Mesmo que um guerreiro não coma, usa o palito para os dentes."

Provérbio Samurai que significa "mesmo que a situação esteja difícil, há de se manter a postura."

13. Hara ga hette...


"Hara ga hette wa ikusa wa dekinu!"
"Não se pode ir para a guerra de barriga vazia!"

Provérbio Samurai.

12. Dōjō de...

"Dōjō de naki, Senjō de warau!"
"Chora no Dōjō, sorri no campo de batalha!"

Provérbio Samurai.

11. Mikka Bōzu.


"Mikka Bōzu".

Mikka Bōzu significa literalmente "monge por três dias". Indica uma pessoa que desiste ao primeiro sinal de dificuldade.

10. Tada ima.


"Tada ima".

Eis um conceito Budista extremamente simples e de repercussão imensurável.
"Tada ima" significa nada mais, nada menos, do que "somente agora".
E por que este conceito é importante?
Porque nós estamos acostumados a viver as memórias do passado, arrependendo-nos de coisas que fizemos ou que não fizemos; fazemos planos para o futuro, esperando que mil e uma coisas aconteçam de acordo com os nossos planos... e vivemos assim: a saltar do passado para o futuro, esquecendo-nos de viver o presente. O que eu fui ontem, não sou hoje e, definitivamente não serei amanhã.
Se o passado não conseguimos alterar e o futuro é mesmo incerto, resta-nos a realidade pateticamente simples de que só vivemos o presente, vivemos "somente agora".
Esperar para ser feliz "amanhã", esperar que algo aconteça de acordo com os nossos desejos é deixar de viver o momento presente... estamos constantemente a perder o tempo presente (quer por viver memórias do passado de glória ou frustrações ou por planos para um futuro)!
"Tada ima" é a vivência presente, neste momento, onde concentramos toda a nossa energia e vivemos o instante sem as memórias passadas ou ilusões futuras. É viver "agora", é treinar "agora", é agir "agora".


09. Shizen Tōta.


"Shizen Tōta".

Shizen Tōta é o ajuste natural do Universo: "Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe".
自然 SHIZEN - Natural.
淘汰 TŌTA - Seleção.
Tudo segue o fluxo e equilíbrio do Universo... nascimento e morte, crescimento e declínio, o bem e o mal, In e Yō (Yin e Yang Chineses)...
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[Conto Zen.]
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自然淘汰 SHIZEN TŌTA - "A ORDEM NATURAL".
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Um homem muito rico pediu a um mestre Zen que escrevesse um texto que sempre o lembrasse o quão feliz ele era com a sua família.
O mestre Zen pegou um papel, pincel, tinta e, com uma linda caligrafia , escreveu:
 祖死父死 ("O ancestral morre. O pai morre.")
 子死孫死 ("O filho morre. O neto morre.")
"O quê?!" diz o furioso abastado. "Eu pedi algo que me inspirasse, um ensinamento que pudesse ser contemplado com respeito pelas gerações futuras e você escreve algo tão depressivo e sombrio como estas palavras?!" 
 "Você pediu algo que o lembrasse quão feliz você é com a sua família", responde o mestre Zen. "Se o seu neto morresse primeiro, isto seria uma experiência insuportável para si e para a sua família. Se o seu filho morresse primeiro, todos na sua família seriam devastados por uma dor imensurável. Contudo..." continua o mestre, "...se a sua família desaparecer na ordem que eu escrevi no papel, este será o curso natural da vida. Assim, mesmo que todos enfrentemos momentos de dor durante as nossas vidas, as gerações futuras perdurarão e o seu legado permanecerá."

08. Ban'yū Aigo.

"Ban'yū Aigo".

Nesta expressão temos:
萬有 BAN'YŪ - "Dez mil existências" (todas as coisas).
愛護 AIGO - "Amar e proteger". 

Segundo Ueshiba Morihei, a missão do Aikidō é "amar e proteger todas as coisas".

07.Shūgyō.


".Shūgyō.".

Shūgyō é o treino austero, ultrapassando, de longe, o treino normal e elevando o praticante a um Misogi de forma indireta ou (in)voluntária. O treino deixa de ser uma atividade puramente física e escala para uma atividade espiritual.

06. Budō Shingi.


"Budō Shingi.".

"Budō Shingi - A Verdadeira Moral do Budō.
Eu estou certo que muitos associam a essência do Budō com selvageria e militarismo bruto. Nada pode estar tão longe da verdade. No antigo conceito de KANNAGARA NO MICHI, o ideal do Budō era o caminho da sabedoria. A palavra para sabedoria, HIJIRI 聖, literalmente significa "aquele que entendeu o espírito". Este "espírito" é o espírito da benevolência Universal e é a base para o estabelecimento do paraíso terrestre."
Ueshiba Morihei.

05. Misogi.


"Misogi".

Misogi é o cerimonial de purificação.
Fortemente enraizado na religião Shintō e nas Artes Marciais Japonesas mais antigas, visava a purificação do coração (espírito) humano a fim de que estes pudessem atingir o mundo dos KAMI ("Deuses").
Há várias espécies de Misogi mas o objetivo é comum a todos: encontrar a natureza divina que está dentro de todos nós.

04. Kami no Hikari.


"Kami no hikari".

Esta é uma expressão do Aikidō e significa "O Brilho dos Deuses".
Algumas vezes traduzida no ocidente como "O Brilho de Deus", contudo um "Deus único" não reflete a natureza Japonesa da própria Arte.

03. Hibi Shoshin.


"Hibi-shoshin".

Esta expressão é composta por dois pares de ideogramas:

日々 HIBI - "Todos os dias".
初心 SHOSHIN - "Espírito inicial (de principiante)".

Basicamente esta expressão indica que devemos ter a mente de um principiante todos os dias, com vontade de sempre aprender mais, com desejo de descobrir mais... No mundo contemporâneo em que somos guiados por objetivos a curto prazo e onde a "aparência é competência", esta sabedoria antiga parece não fazer muito sentido.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

02. Bun Bu Ichi.


"BUN BU ICHI".

"Bunbu ichi" é uma expressão composta por três ideogramas:

文 BUN - Literatura.
武 BU - Militarismo.
一 ICHI - Número um, 1.

Literalmente, esta expressão significa: "Literatura e Militarismo são um".
O seu significado, a sua tradução é: "Tanto a teoria como a prática devem ser feitas de forma única".
A nível de Artes Marciais, o treino da teoria e o treino da prática têm a mesma importância.
... (^_^) Claro que isso não se aplica ao ocidente!!

01. Shin-Gi-Tai.


"Shingitai".

Shingitai é uma expressão composta por três ideogramas:

心 SHIN - Espírito.
技 GI - Técnica.
体 TAI - Corpo.

Antigamente era possivel encontrar esta expressão em pergaminhos (Kakejiku) pendurados em Dôjô e o seu significado indicava os valores - hierarquicamente do mais importante ao menos importante - aos quais deveria ser dado mais importância no treino de um guerreiro.

Assim, o treino espiritual vinha em primeiro lugar, o treino técnico em segundo lugar e o treino do corpo em terceiro lugar.

Outra interpretação fala da faixa etária: "Quando somos jovens, devemos ter um corpo forte, quando somos adultos devemos ter uma técnica forte e quando a idade chega devemos ter um espírito forte.

Não vou entrar no mérito da questão a respeito de como é feito o treino espiritual porque isto depende do contexto, da escola e de quem ensina.

Irasshaimase!


Irasshaimase!
Seja bem vindo(a)!

m (_ _) m

Nippon Kochi 日本故知 é uma compilação de expressões tradicionais japonesas que a mim, como praticante de Artes Marciais Japonesas, dizem muito.

Não se trata de um Blog voltado à "elevação do espírito com profundo estado místico transcendental" ou de um Blog submetido a obrigações e prazos... trata-se apenas da interpretação de uma sabedoria antiga através da sua caligrafia.

Contudo, a caligrafia japonesa incorpora a cultura desta nação e, em alguns casos, forçosamente a questão religiosa vai se fazer sentir, nestes casos, abstenho minha opinião, pois como eu disse antes, não é objetivo deste Blog entrar no campo místico ou transcendental.

Além disso, cumpre-me lembrar que este Blog respeita os sistemas oficiais de transcrição fonética:
- para Japonês: sistema Hepburn.
- para Chinês: sistema Hànyǔ Pīn'yīn.
- para Coreano: sistema McCune-Reischauer.
(Caso não saibas o que é isso, basta uma rápida pesquisa na Internet.)


(^_^) Joséverson Goulart

平成二十四年六月二十一日